segunda-feira, 12 de setembro de 2011

biografia da manhã

eu me sento frente a mesa,
e bem gostaria de escrever
que os sonhos são pra sempre,
ou que vale simplesmente existir, de qualquer modo.

mas alguém lá fora chama meu nome.
chama meu primeiro nome (pelo qual ninguém me chama).
e sinto vontade de atendê-lo
(eu sei que
batem 5 da manhã
e ninguém de fato me chama)
mas sinto o impulso de atendê-lo.
quase sinto necessidade.

não vou!,
pelo simples fato de não saber que não há nada lá fora.
eis que a voz me chama mais forte.
e dessa vez vem da janela.
penso em me esconder ou fugir.
recomposto - com a pouca coragem que tenho - levanto-me.
corro logo pra fora, e então vejo quem era.
me pedindo pra acordar e contemplar
a manhã clara que agraciava espinhos e flores,
o dia.

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